terça-feira, 26 de abril de 2016

uma lei de giz

Um abecedário
que se des-garra.
Um informe
em movimento:
à deriva.

Dos braços aos pés
um corpo inteiro
que marcha e vacila
sobre os pés
poucos
diante de tanta marcha
calçada e ladeira;

Por quais linhas
tuas letras caem?
Que rastros teus
[agora meus e
nossos]
adiarão tua
lembrança?

Teu abecedário fugidio
será ele, amanhã
uma lembrança a mais
para o tempo?
Quanto tempo tem o tempo
de uma aula
que não termina?

Que linhas são essas
que nos trazes hoje?
Fios da experiência
tecem de dia
destecem a noite;
um eterno vir-a-ser:
circular e persistente
provisório e insistente
nos seus ciclos
e des-ciclos.

Máquina de (des)escrever
des-a-be-ce-dar.
Onde estão tuas reticiências?
(...)

seria em nós?

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