terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Notas sobre a comunidade internacional

Uma das melhores coisas de uma viagem é a quantidade de pessoas que se pode connhecer – dos mais remotos e caprichosos cantos do mundo. Hoje, no fim da tarde em Arica presenciei uma cena buenísima, como falam os chilenos. Meu chimarrao em cima da mesa fazia companhia com a salsa e o pimentao que um casal de franceses cortavam com todo carinho do mundo. Bem à lá franca, com carinho e o requinte tao comum a essa gente. Do outro lado da cozinha, meu amigo holandes conversava em Dutch language – incomprensible para nos latinos, diga-se de passagem – com um outro casal da Holanda, sobre a historia dos canais de Amsterdam e como eles sao eficientes ao proteger a cidade. Na mesa de ping-pong dois californianos descontraídos ensaiavam um mini torneio com as ganas de dois surfistas do WCT. Há uma menina, chilena, atípicamente bonita que cruza a sala hora e meia. Linda. Aliás a beleza das chilenas é de um todo especial. Tem lindos cabelos castanhos claros, e uma pele vermelha distinta do bronzeado carioca e da coloracao natural dos bolivarianos - da linha do equador ä la paz. Adoram aderecos nos pulsos e nos calcanhares, algo que me lembra uma beleza praiana, descompromissada – descompassada com essas terras desérticas entre a cordilheira e o pacífico. Enquanto eu me deslumbro com a cena, escuto a meio pau a conversa de dois dentistas de Santiago se queixando pelo moviemnto migratorio que a diferenca entre as moedas dos dos países gera. Em Tacna se pode fazer um tratamento de canal por mais ou menos 30 dolares. Em Santiago o preco é mais que o dobro. Ou seja, cobre o preco da viagem e de quebra ainda se faz um turisminho barato. Acessivel a classe media-baixa chilena. Tacna, eis o paraguai peruano: aquela orgia eletronica por precos super acessiveis. Compra-se de tudo aquí desde fone de ouvido fabricado em Bankog até Jonny Walker. Na calcada, há uns 100 metros, dois senhores ariqueños em um entretenimento mudo em um jogo de damas. Um deles me lembrou muito o tiozinho do Buena Vista Social Club. Com as pernas cruzadas e um sapato maior que o seu pé - esbanjando carisma, ensaiava algo que soava como um sambinha em uma caixinha de fósforo.

Esse tipo de cena alimenta a alma de qualquer viajante. Povoa, graciosa e coloridamente, essa nossa infindável solidao.

Há demasiada beleza neste continente grandioso.

Um comentário:

  1. Onde tu tava??? Consegui visualizar todo o contexto.. chuto num... Hostel?

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