quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ônibus 174–Parte I

Nasci sem nome e sem pai.

À minha mãe faltou criatividade. Ao meu pai, coragem.

Com 8 anos me apaixonei.

Na mesma época resolveram mataram minha mãe.

Porque mesmo, nunca ninguém me disse.

Nunca ninguém me via e naquela noite de novo acharam que eu não existia.

Meterem-lhe uma faca nas costas. A pobre até que se arrastou.

Sem muito resultado: foi morrer perto da mesa de bilhar.

Gostava mesmo era do jogo.

Que mania, essa de jogo.

Quando novo dormia na rua.

Eu e uma porção de “irmãozinhos”

De dia levantava algum no sinal.

Só o necessário, mania feia essa de exagerar.

Mas um dia exageraram com a gente:

Do sono meu camaradinha foi direto pro céu.

Resolveram deixar cair um pedregulho na cabeça dele

A escadaria ficou toda cinza,

Acho que era de tanto ler jornal.

Maldita mania de descuido.

Pedra e jornal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário