Nasci sem nome e sem pai.
À minha mãe faltou criatividade. Ao meu pai, coragem.
Com 8 anos me apaixonei.
Na mesma época resolveram mataram minha mãe.
Porque mesmo, nunca ninguém me disse.
Nunca ninguém me via e naquela noite de novo acharam que eu não existia.
Meterem-lhe uma faca nas costas. A pobre até que se arrastou.
Sem muito resultado: foi morrer perto da mesa de bilhar.
Gostava mesmo era do jogo.
Que mania, essa de jogo.
Quando novo dormia na rua.
Eu e uma porção de “irmãozinhos”
De dia levantava algum no sinal.
Só o necessário, mania feia essa de exagerar.
Mas um dia exageraram com a gente:
Do sono meu camaradinha foi direto pro céu.
Resolveram deixar cair um pedregulho na cabeça dele
A escadaria ficou toda cinza,
Acho que era de tanto ler jornal.
Maldita mania de descuido.
Pedra e jornal.
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