quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Há de se ter um início... Enfim.

Sun Fun Project – Arequipa, Peru 2009

Foi com um email da COMGRAD que isso tudo comecou. Lembro que era iminente o fim do meu estágio quando eu recebi o email com a oferta de um trabalho voluntário na América Latina, e logo me inscrevi para a entrevista. Em um Sábado de manha uma menina que eu nao lembro o nome me llamou a el teléfono e disse que teria uma entrevista segunda a tarde, bueno, penséis: me voy. Eis que chego na tal da EA (onde eu nunca tinha entrado antes, aliás sequer sabia onde era) e sou apresentado - muito brevemente - ao CL de Porto Alegre e pela primeira vez vi o logo da AIESEC e suas infindáveis siglas que eu estou recém comecando a me familiarizar, what a hell!

A entrevista foi muy rica. Dois meninos muito simpaticos me passaram uma primeira imagem muito positiva da instituicao e do perfil das pessoas que trabalham na aiesec, e na verdade, essa primeira imagem positiva até agora nao se desfez, só se fortificou com as pessoas que venho conhecendo nessa minha estada no Peru. Conheci a Presidenta do escritorio nacional da Aiesec no Peru, e ela me passou algo muito positivo. Trata-se de uma menina indiana, que passou quase a vida inteira viajando e possui ideáis muiiito interessante acerca de cooperacao internacional, valorizacao da adversidade, multiculturalismo, etc. Se nao me falha a memoria ela vem de uma formacao das exatas mas da um banho em muito postulante a antropologo/internacionalista por aí. Aliás, me assusta como as pessoas, e isso se dá muito no Brasil, superestimam a formacao academica, como se fosse algo insuperable e rigidamente marcadora das capacidades das pessoas, que coisa mais ultrapassada. Lembro bem dos nossos dois melhores funcionários na SACIS: dois meninos que cursavam o ensino médio.

A procura pelas vagas foi angustiante, veio tudo de uma vez, fim do estágio, rasteira no estágio, fim de semestre, fim de ciclos e reciclos, tudo no màs. Mas o que se passa é que, em grande medida, gracas aos esforcos da Debora Nassif e do Christian Soto ( responsable pela área de cooperacao internacional do CLAQ que hoje, ironicamente, mora com a gente no mesmo flat em Arequipa), eu estou aquí: dormindo e acordando à sombra do vulcao Misti que nos relembra nossa inigualable pequeneza nesse ou em qualquer lugar do mundo. O dia que ele resolver entrar em erupcao, acordar, Arequipa simplismente some do mapa. Assim, como um estalo.

Minha ida ao aeroporto e minha partida fora muito simples. De manha, tempranito, um beijo no irmao com cara de sonolento na cozinha, um beijo no cachorro, e antes de embarcar um saludo grande ao papa e a mama. A verdade é que sao coisas bem simples, as despedidas. Dói, depois sossega.

"...Toda despedida é uma morte...
Sim, toda despedida é uma morte.
Nós, o comboio a que chamamos a vida
Somos todos casuaes uns para os outros,
E temos todos pena quando por fim desembarcamos."

(Fernando Pessoa)

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